Anthrax e o Porquinho

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Voltando da escola, olho aquele moleque alto e de pé ainda assim enormemente desproporcional, calça de moletom, sem camisa, riso fácil:

– Vai aonde, vagabundo?

Carlinho! Tínhamos estudado juntos desde a primeira série, num colégio à beira da rodovia dos Tamoios, até o começo da (então) 8ª série. Ele tinha passado no vestibulinho do Senai pra fazer eletrônica, e o curso era o dia inteiro. Lá ganhou o apelido de Porquinho. Logo, ficamos uns 2 anos sem papear – muito embora ele morasse no bloco acima da rua de casa.

– Vagabundo é o senhor, nessa vida mansa em plenas 2 horas da tarde!

E paramos pra trocar ideia como se não tivéssemos deixado de trombar. Eu era bolsista num colégio de boy da cidade, tinha perdido meu pai havia dias, então era tudo meio nebuloso: mezzo ódio, mezzo cegueira mesmo: eu tinha 15 anos. Ele estudava no Macedão, colégio estadual perto de casa, famoso pelo slogan “Macedão, Macedão, entra burro e sai ladrão!”. Era um ano mais velho que eu.

Canta alto: AN – TI – SOCIAL!!!

Ele tinha se formado no Senai, estudava a noite e ficava vadiando o dia todo. Eu também não trabalhava, mas estudava de manhã. Não demorou para que passássemos as tardes juntos por aí, falando de meninas, vadiagem, bola e… Heavy metal! Carlinho foi o primeiro cara da minha turma a perder a virgindade, então tinha meio a aura de mito, comedor da turma do futebol. E era do Senai, barra pesada. Diziam até que era maloqueiro, um neologismo da época que nunca entendi direito. Pra mim, um bom amigo num momento foda demais. Jogávamos bola todo dia na quadra atrás do Meirelles, um colégio estadual onde tempos depois íamos ficar monitorando as meninas, com uns eventuais sucessos aqui e ali. Mas foi no vôlei de areia que a gente era foda. Chegamos até a nos federar, categoria infanto (acho), jogamos um aberto aqui em SJCampos contra o geração de prata Montanaro em que nem vimos a cor da bola. Íamos pro litoral aqui perto e desafiávamos as pessoas, fingindo perder no começo pra depois apostar e ganhar o jogo – o que rendia toda sorte de goró, geralmente.

MOSH!!!

E, como era formado em eletrônica, adorava montar som. Pegava rádios automotivos (Moto Rádio, haha) do carro do pai e ficava horas montando som, tudo com fios e auto falantes dados, achado na rua. Chegou a montar um conjunto com cinco caixas, com equalização manual e tal, tudo projetado e montado por ele. Era um puta som, e aí a gente ficava queimando fitinhas k7. Foi um cara que me apresentou muita coisa de metal mais extremo, porque um vizinho dele tinha discos pra caramba – coisa impensável pra jovens desempregados como nós. Tínhamos favoritos, claro: And Justice for All, estréia do Jason Newsted no Metallica, Season in the Abyss, do Slayer e Anthrax: uma fitinha 90 que tinha o State of Euphoria e uns sons soltos que a gente fritava de ouvir. Antisocial, cara! “You’re anti, you’re antisocial”, e a gente era bem escroto mesmo.

E o Anthrax era muito tema dos papos por 02 motivos: era a banda mais divertida das que a gente ouvia e o Joey Belladonna tinha saído da banda naquela época: a gente especulava quem seria o substituto e porquê ele teria saído. Acaba que o Carlinho ainda descolou alguns outros discos do Anthrax que a gente passava a tarde ouvindo. O Among the Living logo virou favorito, o Persistence of Time era sério demais. (Adendo: o Among the Living veio numa fita VAT sem nome. Fui descobrir o nome do disco mais de 15 anos depois, quando baixei a discografia dos caras e fui ouvindo disco a disco) Aí a gente achava que era uma das razões do Belladonna ter vazado: alguém queria virar adulto ali – e olha que a gente nem se ligava em letra, era mais na base do som mesmo e uma ou outra impressão, clip, refrão.

Cry for Indians! Die for Indiaaaaans!

Eu almoçava, a gente trombava e ia jogar bola, voltava pra casa dele e ficava ouvindo discos e falando merda, tramando o que fazer a noite: nessa época eu fazia o terceiro ano, período noturno, então a gente barbarizava. Ele começou a frequentar minha casa direto, porque a mãe dele era crente e achava que eu era “má companhia”, e aí a gente ouvia som o tempo todo. Nessa mesma época, o pai dele começou a ensiná-lo a andar de moto, então a gente fazia uns corres numa CGzinha vermelha. Aos poucos, o velho começou a liberar uma CB400 pra ele ir aqui e ali, e ele pirava.

NFL!!!

Até que, num dia chuvoso, a gente voltou do fut, combinamos de trombar depois da escola pra irmos na casa de umas meninas que a gente saía, ele entrou, eu desci. Ele catou a CB e foi à locadora devolver umas fitas alugadas e, até hoje não sei direito como, bateu em algo ou alguém, voou, meteu a cabeça na guia: era março de 1993 e o filho da mãe estava sem capacete. Ficou internado no pronto socorro municipal daqui de SJC como indigente até morrer 05 dias depois. Dali a duas semanas ele faria 18 anos, ia tirar carteira de habilitação e a gente ia rodar o litoral na Marajó do pai, que ele tinha instalado um som animal pra gente ir ouvindo. Não deu tempo.

Morreu com 17 anos, cara! Estudando pra fazer o tal “Senai Suíço Brasileiro” em regime integral pra fugir daquela casa onde ele era massacrado: pai alcoólatra e mãe evangélica! Fazíamos planos de eu visitá-lo em São Paulo, depois eu faria faculdade lá e a gente moraria junto. Iria ganhar grana pra caramba e viajar o mundo, doidaços os dois. Eu pirei, minha irmã pirou, minha mãe pirou: o cara era irmão, filho, parceirão. Puta senso de humor e ponta firme de qualquer treta. Eu joguei a carteirinha de federado de vôlei no lixo da sala onde ele era velado, depois da mãe dele me falar que eu era “o próximo, se não abraçar Jesus”. Foi uma dor que me deixou perdido um período.

tickin’ in my head

Everything is perfect!!! Bush foda demais!

Eu demorei pra voltar a ouvir Anthrax. Eu não queria mais, porque a banda não seria a mesma. Bloqueei mesmo. Assim que ouvi o Jon Bush eu odiei, eles lançaram o Sounds of White Noise naquele mesmo 1993, e eu odiei. E veja, é o disco que tem Only, que puta som! Mas eu não queria saber de ouvir Anthrax. A dor do amigo perdido não me deixava sequer sacar qual era a da banda – e o tempo foi passando.

A volta triunfal do Belladonna!

Som novo: pancadão!

Fiquei anos sem ouvir nada deles. Voltei na virada dos anos 2000, fanzaço da fase Bush. Não acreditei quando Belladonna voltou, achei uma idiotice dos caras, até ouvir o Worship Music pelas mãos de outro brother, o Criz. Enfim, motivado pela turnê do Iron Maiden que passará agora pelo Brasil com o Anthrax abrindo, voltei a ouvir esses nova iorquinos com furor, e tudo voltou à minha cabeça. A porra toda bateu forte, como um barato legal – uma saudade bacana, de um cara bacana. Uma baita saudade do amigo que se foi tão novo. E discos que não ouvia desde o começo dos anos 90 hoje ecoam fortes na minha cabeça e coração.

Set list dos caras na Argentina ontem, 13/03. Tem sido o set dessa abertura pro Maiden, portanto… Deve ser por aí mesmo. Curto, mas fodástico!

Carlinho, meu brother, vou ver o Anthrax (com Belladonna!) e levo você na alma. Abraço, irmão.

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Tratamento de Choque

Ramones

I was feeling sick
Losing my mind
I heard about these treatments
From a good friend of mine
He was always happy
Smile on his face
He said he had a great time at the place.

Peace and love is here to stay
And now I can wake up and face the day
Happy happy happy all the time
Shock treatment, I’m doing fine.

Gimme gimme shock treatment

I wanna wanna shock treatment!!!

  • A televisão é o tratamento de choque?
  • O futebol é o tratamento de choque?
  • As redes sociais são o tratamento de choque?
  • A música pop é o tratamento de choque?
  • O cinema blockbuster é o tratamento de choque?
  • O carnaval é o tratamento de choque?

Relaxa, irmão. Isso aí em cima é só ferramenta. Um caminho dentre zilhões possíveis. Quer ir além? Busca. A escolha é sua.

Eu escolho os Ramones. 1, 2, 3, 4…

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A longa estrada

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Não tenho muito o que falar de mim. Homem branco, solteiro, caminhando para os 50 anos de idade. Trabalho, muito. No comércio, senhor. Gerente numa loja de autopeças, aqui pertinho, há 12 anos. Disse solteiro e já minto: separado. É que a gente fala que está solteiro, sabe como é. Mas vivi com uma mulher por alguns anos. Uns 9, eu acho. Tivemos uma filha, que já é moça – olha aqui como é bonita. Mas a gente não se fala muito não. Tem umas broncas aí… Onde eu moro? No São Vicente. Casa própria, sim senhor.

Não gosto muito de falar de mim, mesmo porque eu não sei exatamente o que falar. Sou um cara comum, trabalhador, que se ferra pra pagar as contas e tomar uma cerveja com os camaradas aqui ou ali – ou mesmo um bom vinho, gosto bem. Dos chilenos, de preferência. Já passei da fase de me preocupar com o resto – eis uma das vantagens de envelhecer. Na real, eu quero é que geral se foda. Tenho meus livros, meus discos e eles me bastam. Se pudesse fazer um pedido, queria ter a minha filha mais perto. Mas eu é que pisei na bola, então eu entendo. O dia que ela quiser eu estarei aqui. Mas o resto, é como eu disse… Que se foda.

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Antigamente eu achava que o problema era eu. Eu não gostava de nada. Não gosto de shopping, não gosto de muvuca, não gosto de balada, não gosto de barzinho, não gosto de porra nenhuma. Achava as músicas chatas, as pessoas chatas. Gosto de teatro, gosto de show, gosto de música, gosto de livro, gosto de conversar e também de estar sozinho. Mas essas coisas cada vez estão mais, por assim dizer, fora de moda. E aí na minha cabeça o problema era eu, o mundo não era pra mim, esses papos babacas.

Só que aí vem a idade e você percebe que o problema é você no sentido de procurar coisas erradas nos lugares errados, com pessoas erradas. Se eu gosto de livro, por que eu vou pra balada? Se eu gosto de teatro, por que eu vou para a festa agropecuária? Se eu gosto de conversar, por que vou aonde o som é ensurdecedor? Tenho poucos e bons amigos, no fim das contas. Afinidades e prazeres que nos reúnem: uma cerveja, um som, um bom papo, um churrasco no fundo de casa… Não vou ficar rico, senhor. Então, de tanto trabalhar é que não vou morrer mesmo.

Se, como o senhor mesmo me perguntou, existe uma “decadência da cultura”, eu também quero que ela se foda. Eu estou fora dela, ela não é pra mim, nem sei do que se trata. As músicas que tocam, os filmes que lançam, as coisas que passam na televisão, eu não quero nada disso – isso sem pensar nada ou julgar quem gosta. Acredito na diversidade, vivo a diversidade. Aprendi a viver à margem e é como tenho vivido os últimos 10, 15 anos e não há um pingo de rancor no que falo: pode ter havido, no começo dessa busca. Mas depois? Você entende o seu lugar no mundo e passa a cuidar dele, e gostar. Vou atrás de coisas que me satisfazem a partir de coisas que me satisfazem, tá ligado? Parece confuso, admito, mas tenho a total certeza que foi isso que me salvou a vida. Sem exagero: me salvou a vida. E tá tudo certo. Não há conformismo: é compreensão. Se você não entender a diferença entre um ou outro, vai continuar buscando em vão. Compreender para poder voar. Compreender sem se limitar. Eu acho que essa é a grande viagem.

barca

Já vai? Era só isso mesmo? Deixa eu levar o senhor até o portão… Imagina, não por isso. Espero que dê certo tudo aí, viu? Falô, irmão. Abraço.

 

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Tales from the gym

Episódio de hoje: a moça e sua playlist esquizofrênica.

JardimDaBabilonia_Talesfromthegym

Navegando pelo Tumblr me deparei com esta foto ontem. E, como muita gente sabe, music is my life. Meu ipod tem DE UM TUDO. De música clássica a punk rock. Então sempre que eu ia correr tava num super pique e de repente me começava uma música nada a ver tipo Photograph do Ed Sheeran, ou Brothers and Sisters do Coldplay, ou ainda Song to the evening star de Wagner. Que eu amo, diga-se de passagem, porém não são as mais animadoras pra uma corrida ou mesmo uma trotada.
Então ontem resolvi montar uma playlist no Ipod (apelidada de workout, rs, muito original). Como meu gosto é BEM variado, coloquei tudo que eu julgava animado pra dar aquela força extra, sem me preocupar com a ordem. Resolvi ir pra esteira ver se esse método realmente vale e se REALMENTE funciona essa coisa aí de 15%. Porque eu sempre ouço música e não tinha nada de “increase endurance”. A esperança era a playlist.

Depois de uma aula maravilhosa de fitball, lá fui eu pra esteira. Como não defini ordem nenhuma, achei mais divertido colocar no aleatório. Aí a primeira música foi Me against the music, da Britney. Sim, eu gosto de Britney. Especialmente a fase final 90 e começo 00. ENFIM. Esse meu treininho na esteira é basicamente oscilar entre trote e corrida. Meu objetivo maior é condicionamento físico, então a playlist tinha que ter ritmo, mas não necessariamente tum ts tum. Brit cumpriu lindamente seu papel e no final da música eu já estava divando na esteira. Depois tocou North Side Gal, JD McPherson. Confesso que essa é a única música que conheço dele. Muito animada, mas me dá vontade de sair dançando e não me mantém no foco da trotada/corrida. Ainda bem que foi rápida. A partir daí rolou Guns (Paradise City), LL Cool J (Momma said knock you out), Eminem (Lose yourself), Mark Ronson (Uptown Funk), aí eu meio que desanimando, de repente Theeeeeeeee Troooooooper. Sim, fiz bola de fogo. Sim dei balançadinha de Bruce e SIM, pedi a voz pra galera. Mas discretamente (ainda). Quando acabou The Trooper eu já tava morrendo. Aí veio Lorde (Royals) e o trote foi bem delicinha, emendando com Stronger da Kelly Clarkson (what doesn’t kill you makes you stronger fez muito sentido). Enquanto eu começava mais um trote e ponderava se acabava ali ou se dava pra dar mais uma corridinha começa Survivor: Eye of the tiger: “Risin’ up, back on the street / did my time, took my chances /  went the distance, now I’m back on my feet / just a man and his will to survive” e eu me senti o Rocky Balboa e pensei “‘BORA, THAÍS”. Porém quando ainda faltava 30 segundos para o fim da corrida e eu não tinha mais perna, a música acaba, eu me desespero e então começa o que?? O que?? COMMANDO! Sim, sim. Ramones! E aí o que acontece, amigos? Acontece que eu perco as estribeiras. Continuei correndo durante toda a extensão da música e, de olhos fechados, perdi a noção de onde estava. E com o volume dos fones no máximo, perdi o controle do volume da minha própria voz. E, SIM, quando percebi estava fazendo o Joey Ramone e, apontando para ~o público~ “first rule is: the laws of Germany, second rule is be nice to mommy”. And so on. Quando me dei conta os 30 segundos de agonia tinham virado 1:22 de pura diversão (talvez não para as pessoas na esteira ao lado).

Resumo da ópera: Não sei se chega a 15%, mas que ajuda pacas uma playlist dedicada, isso ajuda. E, se faltar perna, sempre haverá Ramones.

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As personagens e a verossimilhança na TV

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“I’m not crazy! My mother had me tested!”

Eu gosto (muito!) de séries. Enlatados americanos mesmo. Comédias pra o tempo passar, nada muito reflexivo ou que demande um acompanhamento xiita da coisa. Gosto porque gosto e pronto. Mas aí, toda vez que falo isso (e ainda mais sendo professor de literatura – sarcasmo mode on), algum militante da causa Brasil me interpela com algo do tipo:

“Mas como você gosta desse produto americano e não suporta novelas (ou séries) brasileiras? É quase a mesma coisa.”

Eu poderia partir desse “quase”, mas nem isso: não são nem de perto a mesma coisa. E o problema não é a história ou falta delas, pra mim; nem de roteiro ou falta dele. O problema é a questão da verossimilhança. Verossimilhança?

“A verossimilhança se assemelha à verdade mas não se confunde com ela, representando antes a vontade da verdade do que a verdade mesma. (…) nunca temos acesso à verdade completa, logo, a verdade é sempre não-toda. Entretanto, o fato de não termos acesso pleno à verdade não diminui a nossa vontade de sermos verdadeiros e a intensidade da nossa busca pela verdade.”

(BERNARDO, Gustavo – Revista Eletrônica do Vestibular, UERJ – Ano 3, n. 9 – 2010)

“A obra de arte, por não ser relacionada diretamente com um referente do mundo exterior, não é verdadeira, mas possui a equivalência da verdade, a verossimilhança, que é característica indicadora do poder ser do poder acontecer.” 

(D’ONOFRIO, Salvatore. Teoria do texto (vol. 1). São Paulo: Ática, 1995 – p. 21)

Retomando: o caldo engrossa no “poder ser”, no “poder acontecer”. As novelas e as séries brasileiras, de modo geral, são inverossímeis pra mim. Por quê? Ora, com personagens essencialmente maniqueus, não dá pra acreditar. Seres humanos são complexos demais pra serem simplesmente “bons” ou “maus”. Mocinhos ou bandidos, heróis ou vilões. Falta complexidade, sobra superficialidade. E que fique claro: este post não discute, em momento algum, a qualidade das obras citadas. Apenas expõe um ponto de vista sobre a construção das personagens. Mas enfim, personagens maniqueístas morrem de inanição.

Maniqueístas?

ma·ni·que·ís·ta
(maniqueu + -ista)

adjetivo de dois gêneros

1. Relativo ao maniqueísmo.

adjetivo de dois gêneros e substantivo de dois gêneros

2. Que ou quem é partidário do maniqueísmo.

3. Que ou quem concebe a realidade sob um ponto de vista dualista, com dois princípios opostos.

“maniqueísta”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/manique%C3%ADsta [consultado em 14-09-2015].

Isso quando não são essencialmente caricatos – inverossímeis, portanto. E que note-se: “exagerado” não é, necessariamente, sinônimo de “caricato”. Uma boa comédia pode sim exagerar no tom da personagem, mas sem retirar-lhe a verossimilhança. Ele pode ser um exemplo exagerado, porém factível (o Sheldon Cooper, magistralmente composto por Jim Parsons em Big Bang Theory, ou mesmo o Joey Tribbiani de Matt Le Blanc em Friends, encaixam-se aqui).

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“How you doing?”

Nos Brasucas, o Agostinho Carrara de Pedro Cardoso em A Grande Família e mesmo o casal Rui (Luis Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres) em Os Normais são exemplos pertinentes de êxito neste sentido.

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“Calma, Bebel!”

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Normais só no nome. Exagerados, porém verossímeis.

Caricato?

ca·ri·ca·to

adjetivo

1. Ridiculamente risível.

2. Ridículo, burlesco, irrisório.

substantivo masculino

3. .Ato que nos dramas tem o papel de ridiculizar.

“caricato”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/caricato [consultado em 14-09-2015].

Tosco, enfim. É só recapitular as novelas: os mocinhos são ingênuos até o limite da estupidez. Acreditam piamente no ser humano, têm valores bem definidos, são totalmente do bem. E os vilões? Intrinsecamente maus até o limite da loucura – não por acaso, via de regra acabam presos, internados ou mortos. Não há dualidade possível, portanto aquilo NÃO PODE SER. Ou você aí conhece algum ser humano que é UMA COISA SÓ o TEMPO TODO? O ser humano é contraditório, o ser humano é múltiplo. Ama e odeia. Compromete-se e manda dizer que não está. Quando algum personagem carrega minimamente nesta questão, acaba sendo reconhecidamente mais atraente (o Tufão, interpretado por Murilo Benício na novela Avenida Brasil, é um exemplo que me vem). Nesta mesma novela, a vilã (Carminha, Adriana Esteves) apostava toda sua carga num teatro que enganava o marido, como boa esposa, e entregava-se loucamente ao amante conspirador. Uma vez desmascarada, atirou-se num precipício de ódio que desvalorizou a personagem, tornando-a ridiculamente risível.

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Tufão e Carminha são personagens interessantes e de fácil contextualização, pra fins de estudo

Acredito mesmo que este seja um defeito recorrente na teledramaturgia brasileira. Falta alguém que escreva uma personagem sem achar que tem que ser didático, ou sem achar que esteja escrevendo para idiotas. O contraditório alimenta o drama, o contraditório faz a gente pensar e querer mais. Não à toa, a audiência das novelas vem despencando ano após ano. A crise não é de ideias, a crise é de pessoas. No caso, personagens.

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E o Iron Maiden dominou o mundo, mesmo o mundo não querendo o Iron Maiden…

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Quem me conhece, pessoalmente ou pelo blog, sabe o quanto eu gosto de Iron Maiden. E o quanto ouvir esses caras (e o metal em geral) abriu a minha cabeça, desmentindo o estereótipo de “quem ouve heavy metal tem a cabeça fechada” – ou ainda: se as pessoas têm a cabeça fechada, que culpe suas próprias cabeças, corações, mentes ou criação, não a música. Divago e fujo, não é sobre isso que quero falar aqui. Mas retomo.

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A parede de cordas!

A despeito de toda a má vontade da crítica e até da indústria musical, o Iron Maiden venceu. Ganhou do sistema por dentro. Consegue ser uma banda plenamente “independente” (no que pode-se chamar de independente no século XXI): grava o que quer, toca onde quer, lança o que quer. Encarou profissionalmente seu gerenciamento, distribuiu funções e dá uma banana pra toda essa babaquice que virou o mundo da música neste tosco século XXI.

Ou seja: não é besteira dizer que o Iron Maiden dominou o mundo, mesmo o mundo não querendo uma banda como o Iron Maiden. Músicas longas? Solos de guitarra? Duetos de guitarra? Referências históricas? Um personagem em vez de a imagem dos músicos? Como encaixar esses caras num mundo onde “likes” e mídia sobre roupas e “bafos” imperam? Uma banda que nunca “flertou” com nada (você nunca lerá algo como “Iron Maiden flerta com batidas eletrônicas em novo disco” – GRAÇAS A DEUS!). Enfim, os caras seguem ganhando terreno do jeito deles, sem ceder um milímetro.

Steve Harris, o big boss, mantém-se ativo na estrada com seu projeto “British Lion”. Lançou um disco mediano, cai na estrada vez ou outra sempre lotando gigs e tá felizão: botando um monte de gente tocando com ele, envolvido em fazer o lance de música girar mesmo – poderia, facilmente, estar curtindo e contando grana em casa. Os guitarristas, cada um à sua maneira, segue envolvido com música: compondo, envolvido com a criação ou lançamento de algum modelo ou equipamento: seja Dave Murray em parceria com a Fender, Adrian Smith customizando e lançando suas Jackson ou Janick simplesmente usando as Sandberg. Mesmo Nicko empreendeu o tal “Rock and Roll Ribs – where BBQ meets METAL”, haha… Enfim, a turma expandiu.

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O homem, o mito.

Bruce Dickinson é um parágrafo à parte: escritor, piloto de avião, esgrimista, estudioso da história (e da história da aviação em particular) e executivo de aviação. Não entra em negócio algum pra brincar, como percebe-se. Juntos, todos, também não brincam: entraram no ramo da “cerveja estilizada” lançando a Trooper Beer (fato esse que virou febre geral – o que me provoca risos ao lembrar de como amaldiçoaram quando o Sepultura lançou sua DELICIOSA cerveja Weiss), dinamizaram o conceito de “loja online” com uns petiscos tentadores pra quem é fã, viabilizaram o próprio avião, para que possam alternar sucessiva turnês mundiais em que reverenciam a própria história com turnês mundiais de álbuns no mínimo muito bons.

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Cheers!

E é aqui o ponto principal. No autêntico modelo old school, pro Iron Maiden (e pros fãs), de nada adiantaria toda essa perfurmaria se a música não fosse boa. E ela é boa pra caramba. O Iron Maiden reinventou-se como uma fênix e hoje é, ouso dizer, ao lado dos Rolling Stones, do U2 e do AC/DC, das poucas bandas que estão acima do estilo que as consagrou. Que pode fazer (e faz!) apenas o que quer. Todas as citadas aqui, TODAS, têm mais benevolência da mídia do que o Iron Maiden. Goste ou não, meu amigo, a verdade é essa: o Iron Maiden venceu o sistema por dentro!

Eu tava aí! O momento em que a fênix renasceu, daqueles que marcam uma vida…

O sistema quebrou os Beatles, o Metallica, os Ramones, o Sepultura, o Sex Pistols, o Nirvana, o Led Zep, o Who, o Bon Jovi, o Deep Purple, o Van Halen – pense em alguém realmente grande: o sistema, essa entidade abstrata, quebrou em algum momento e obrigou esses caras a parar ou trabalhar em outro patamar, as vezes até com outras pessoas. Bandas como Slayer, Motorhead, Rush e mesmo o Pearl Jam, que também estão aí firmes desde sempre, optaram (a meu ver) por ser mais à margem – e nunca chegaram no patamar das citadas, seja em vendagem ou concertos ou turnês.

E o disco acaba assim…

Mas já fujo de novo e volto: o ponto que deixa muita gente atordoada, inclusive fãs, é que o Iron Maiden não lança disco sequer razoável desde quando Bruce e Adrian voltaram em 1999. Brave New World, o marco do renascimento, é excelente. Marca a banda com um pé definitivamente no progressivo, com uma musicalidade e uma dinâmica que deixou muita gente perdida. O trabalho de guitarras ainda essencialmente conservador, uma mixagem que derrubou o baixo marcante de Harris, mas ainda assim um baita disco. A produção de Kevin “Caveman” Shirley, amada OU odiada, sem meio termo, fez a banda evoluir. O que Martin Birch fez a partir do Killers, Shirley fez a partir do BNW: colocou o som da banda em outro patamar. A intro arrasa quarteirão com Wikerman, Ghost of Navigator, Dream of Mirrors, Out of Silent Planet, Thin Live Between Love and Hate… Ah, fala sério!

Dance of Death foi o disco de 2004. Pra mim, o mais fraco da volta. E olha que tem Rainmaker, Paschandale, o arpeggio pesadíssimo de Montsègur e a estupendamente cênica faixa título, daquelas coisas que só um Iron Maiden poderia fazer sem soar piegas. E uma coisa que pouquíssimas pessoas perceberam: o Iron Maiden apegava-se à conceito de álbum sem necessariamente lançar um álbum conceitual, musicalmente falando. Se a questão do descobrimento e do mundo era o mote em BNW (navegadores, nômades, viagens espaciais), a teatralidade veio forte como nunca neste DoD. Bruce vestido de militar em Paschandale ou com a capa da morte na faixa título, nos shows. A capa com as máscaras de teatro. Até o bis com a acústica Journeyman, todos sentadinhos e Bruce com a toalha nos ombros tipo “tá, volto do camarim pra cantar mais essa e acabamos todos felizes”.

Porque quem sabe faz ao vivo! (ugh!)

O mundo, o teatro. Então 2006 mostrou a religião e a guerra, num dos meus discos favoritos da Donzela: A Matter of Life and Death, este praticamente conceitual em termos musicais também. Finalmente as 03 guitarras atingiram a maturidade: pesadas quando precisam ser, discretas quando precisam ser. As músicas quebram e, se com BNW a banda fincou um pé no prog metal, aqui ela coloca o outro. Mudanças repentinas de andamento, violões, solos: a coisa ficou bem resolvida e se destacou.

Bruce finalmente deixa uma das características que mais me desagradavam desde a volta: a insistência em tons altos. Sacada magistralmente explícita na rápida, pesada e alegre Different World, que abre o disco: os versos cantados em tom alto, e a descida que desnorteia no refrão. A parede de guitarras em Brighter than a Thousand Suns, as viajantes These Colours Dont Run e The Reincarnation of Benjamin Breeg (quem lança uma doideira dessas de single em plena era do “tudo rápido em tempo real”?). As quebradas pesadíssimas em Lord of Light e Longest Day, as palhetadas em Greater Good of Good. Nicko, sempre menosprezado pelos “gênios” da mídia especializada, brinca durante o disco: os paradiddles, os contratempos, as levadas, aquele pé absurdamente rápido e preciso…

Final Frontier, o espaço sideral, 2010. Rapaz, como escuto esse disco hoje em dia. Aliás, escuto-o agora, enquanto escrevo. Um Maiden que sempre busca ir além sem perder a sonoridade que o fez ser o que é: a intro Satellite 15, como um recado à nave mãe, que resolve-se na intro da faixa título, escancarando uma das maiores influências dos caras: Deep Purple. Como essa música me remete à fase Steve Morse do Purple! E nesse disco algo que sempre deveria estar explícito no Maiden ressurge com força total: o maravilhoso baixo Fender do senhor Steve Harris. Marcando a levada, caminhando com os caras, berrando um “estou aqui, p#rra!” 30 anos depois do primeiro disco. Que maravilha!

Até a velocidade, que andava rareando, volta lindamente – escute Talisman, o single El Dorado ou mesmo Alchemist e veja se estou errado. Mas o grande destaque do disco (conceito, rapaz! Conceito!) são as viagens “space rock” dos caras: Isle of Avalon arrisco dizer ser a coisa mais diferente feita pela banda até então. A dobradinha soberba que encerra o disco, The Man Who Would Be King e a belíssima When the Wild Wind Blows, ilustram bem a história. Até a balada da vez, Coming Home, é belíssima, com um trabalho estupendo de guitarras.

Engraçado é que tive o insight pra escrever este post ouvindo o novo da banda, The Book Of Souls. Pra mim, por enquanto, uma obra prima. Empolgação de fã ou ouvido apurado, só as audições vão dizer. E não vou escrever nada sobre este disco, por que quero fazer um texto inteiro sobre ele, que merece. E também porque não quero escrever sobre um disco que ouvi uma ou duas vezes, como parecem fazer certos veículos de comunicação: opinam com uma ouvida superficial num disco com mp3 comprimido, sem qualidade alguma. Comigo não, violão. Aqui é Up The Irons.

Ou, como dizem nos encartes de algum tempo pra cá: COME ON YOU, IRONS!

 

PS: escrevi este texto na exata duração do Final Frontier… When Wild Wind Blows acabou de acabar…

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Insônia, impressões, Stephen King e Ramones. E sobre estar de volta.

LONDON, United Kingdom:  US author Stephen King is pictured at a press conference in London, 09 November 2006, as he prepares to launch his new book 'Lisey's Story.'  Horror author Stephen King said Thursday he was "the most relieved man" when he heard that United States President George W Bush's Republicans had suffered damaging defeats in mid-term elections. "Until yesterday, the most scary thing in the world for me was George W Bush," King told an audience in London, where he is promoting his new book, "Lisey's Story. " AFP PHOTO /BERTRAND LANGLOIS  (Photo credit should read BERTRAND LANGLOIS/AFP/Getty Images)

And the night when the wolves cry out…

E não é que cá estou escrevendo um post pro Jardim da Babilônia? Pensei muito sobre esse troço de blog (mentira, nem pensei taaanto assim) e acabei mantendo pra, vez em quando, descarregar um pouco o que assola essa tosca cabeça. Sigamos…

Engraçado como a gente sofre pressões muitas vezes impostas por nós mesmos sem sequer perceber. Explico. Fui, formalmente falando, professor de literatura de 2009 a 2014. E cada minuto do meu tempo era dedicado à leitura de clássicos, obras para indicação de leitura em sala ou mesmo livros sobre/de crítica literária, pra tentar (a-ham) enriquecer a sala de aula, ir além dos livros didáticos ou paradidáticos. Nesse embalo frenético, deixei de lado algumas paixões como quadrinhos, suspense, terror, literatura contemporânea, coisas menores para um professor dedicado ao ofício.

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Massaud Moisés, brother de muitas noites

Que idiota! Claro, acredito mesmo que cumpri muito bem a minha missão no aspecto “ensino”. Mas deixei passar tanta coisa bacana. Não precisava ter me colocado (mais) esse peso. Com meu ritmo de leitura, dava pra ter lido de tudo sem pirar com nada – mas fazer as coisas sem mergulhar loucamente de cabeça nunca foram uma especialidade da casa. Então teve que ser assim e foi legal que tenha sido. Mas não precisava ter sido assim, sacou?

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Crumb foi um que voltou sem nunca ter saído

E eis que volto pro tema. Desde o fim de 2014, quando me vi sem ocupação formal com o ensino de literatura, libertei-me. Voltei pra leituras que sempre amei, continuei com alguns que descobri e mantive os de sempre. Devorei quadrinhos como nunca (agora, aqui, penso até em publicar impressões separadas sobre algumas coisas bem lindas que li), devorei contos, devorei autores “não acadêmicos”, poesia marginal, poesia urbana, grafite… E num belo dia, fuçando uma livraria, me dei conta que não possuía um livro sequer de um dos meus autores favoritos: Eu não tinha nada do Stephen King!

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Boo!

Já tinha lido alguns contos, já vi inúmeros filmes baseados em seus escritos. Mas LIVRO mesmo eu não tinha nenhum. Ato contínuo, lá fui eu garimpar. Queria uma coisa nova (embora tenha babado com a seleção de contos que viraram filmes, “Sombras da Noite”, ou mesmo a série de ensaios com suas impressões sobre o terror na literatura e no cinema, “Dança Macabra”), que não conhecia. Vi a série “A Torre Negra” e achei interessante ler. Mas queria ter certeza que iria encarar (são oito livros, alguns beeeeem grandinhos, e não sou de começar e parar leituras). Até que dei de cara com este Insônia (ed. Objetiva / Suma de Livros, 704 páginas). Funciona como espécie de “prólogo” pra Torre Negra ao mesmo tempo em que é uma história autônoma. E bem interessante.

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Os delírios de Raplph Roberts e as elucubrações Del Rover

Aquele jeito “Stephen King” de contar histórias a gente reconhece de cara. Detalhes aparentemente sem sentido, que tornam a narrativa até arrastada – mas que você sabe que serão decisivos lá na frente. Quando você vê, já passa das 100 páginas e vai indo sem se dar conta, tragado. Que delícia de leitura. Sem mesuras, sem frescura, sem peso. A leitura que eu gosto: prazerosa porque me faz bem. A leitura que me faz querer mais. A leitura que fez muito do que eu sou.

Olá, senhor King. Senti saudades…

Ramones e Stephen King. Mais uma das coisas que o rock and roll me deu… Essa cena inicial do com a música é antológica, pra mim. Taí, preciso rever esse filme…

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San Diego

Ficamos muito pouco tempo em San Diego. Chegamos no fim da tarde, ficamos dois dias inteiros e fomos embora logo cedo no outro dia. Dá pra ficar mais, claro. Conheço pouco da cidade, mas devo dizer que San Diego me deu o por do sol mais lindo desta vida. E olha que essa viagem foi um festival deles. Mas o por-do-sol de lá não acaba quando o sol se põe. As fotos dizem mais do que eu poderia escrever. Vejam. É de cair o queixo.

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Essa praia estava bem fedidinha. Coragem dessas pessoas, viu?!

Essa praia estava bem fedidinha. Coragem dessas pessoas, viu?!

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Solzinho dourado beijando o rosto da gente <3

Solzinho dourado beijando o rosto da gente <3

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San Diego – o trailer

Da Big Sur, tiramos uma noite em San Luis Obispo, passamos o dia em Santa Barbara e de lá fomos pra Valência pra gastar um dia no Six Flags – Magic Mountain (amor eterno). Depois dessa aventura, rumamos a San Diego. Como nosso voo de volta saía de Los Angeles, achamos que seria mais produtivo passar por Los Angeles e ir direto pra San Diego e depois ja ficar direto por lá.

A cereja do bolo nessa viagem foi um trailer charmosíssimo que alugamos pelo Airbnb. Como muita gente ficou curiosa depois que publiquei a foto no instagram, decidi fazer um post sobre ele.

Primeiro, ele é super fotogênico. Segundo, é um trailer anos 50. Só por essas duas razões eu já estava de peito aberto para essa experiência. A cama é apertada? É. Fazer as necessidades num banheiro minúsculo é inconveniente? Sim. Tomar banho sem mexer o braço e com água quente limitada é complicado? Bastante. (eu tinha q tomar banho ligeiramente curvada. E eu tenho 1,60 de altura. RISOS). Mas a experiência foi ótima e eu repetiria numa boa. A localização da casa também é boa e eles deixam duas bikes para uso dos hóspedes. Como nosso tempo era limitado e a cidade bem grande, acabamos não aproveitando, mas é uma ótima. A California inteira é bem bike friendly (menos LA, claro).

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Highway 1 – o filé

O filé dessa mítica Rota 1 é a Big Sur. Point Lobos é a “entrada” dela. Depois disso ela vai ficando mais linda a cada segundo. É de fazer chorar de tão linda. De Point Lobos seguimos para O Julia Pfeiffer Burns (tem dois parques com o nome parecido, mas esse é o que tem a tal da cachoeira que cai na praia, e foi o lugar escolhido para o “sim” 💍). No meio do caminho praias lindas, paisagens de tirar o fôlego, pontes históricas, e tudo o mais. Paramos em quase todos os vista points no meio do caminho. Só não paramos em todos porque calculamos mal o nosso tempo. Acabamos acordando tarde pra pegar a estrada (vai chegando o fim da viagem e o corpo vai ficando cada vez mais cansado), demoramos mais do que esperávamos em Point Lobos e ignoramos o fato de o sol estar se pondo antes das 17h. Resultado, fizemos a parte mais bonita da viagem em uma certa correria. Mas enfim, valeu a pena. BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-1 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-2 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-3 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-4 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-5 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-6 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-7 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-8 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-9 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-10 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-11 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-12 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-13 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-14 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-15 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-16 BlogJardimDaBabilonia - Big Sur-17

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